De forma geral, ter uma política Net Zero significa zerar as emissões de gases do efeito estufa (GEE). A crise climática é, provavelmente, o maior desafio que a humanidade está enfrentando no que se refere ao meio ambiente, sendo que a saída é reduzir as emissões de GEE e a principal ambição é atingir o nível zero, ou seja, a neutralidade de carbono. No entanto, combater as consequências que as mudanças do clima provocam, exige muitos esforços de todos os setores da sociedade.
Muitas empresas e governos vêm anunciando metas próprias para enfrentar o aquecimento global, e dentro desse contexto, tem crescido cada vez mais na mídia mundial o movimento pela descarbonização do planeta, ou seja, iniciativas para redução da emissão dos gases de efeito estufa ou simplesmente GEE. Uma dessas iniciativas é denominada Net Zero CO2 que, de modo semelhante às outras iniciativas, tem como objetivo a redução da emissão dos GEE, só que neste caso com uma sutil diferença: o net zero CO2 está mais voltado para a redução do dióxido de carbono.
Dessa maneira, a seguinte questão poderia ser lançada: o movimento net zero CO2 é realmente necessário?
Muitos países estão investindo milhares e milhões de dólares na busca da diminuição de emissão dos GEE através de tecnologias e equipamentos que muitas vezes são ainda desconhecidos ou então ainda não estão sob o domínio completo de sua aplicação. Os gases do efeito estufa são altamente nocivos à atmosfera, pois provocam o aquecimento do planeta. Esses gases são predominantemente o metano (CH4), o óxido nitroso (NO) e o dióxido de carbono (CO2) e atuam da seguinte maneira:
Assim, de modo simplificado, quanto maior for a presença de GEE maior será a absorção de radiação IV (infravermelha) fazendo com que ocorra o aquecimento. A Neutralidade de Carbono significa atingir o equilíbrio entre as emissões de gases do efeito estufa e a absorção de carbono por sistemas naturais, fazendo com que o saldo na atmosfera seja praticamente zero. Já o Net Zero CO2 visa reduzir ou zerar a emissão de GEE, mas principalmente do dióxido de carbono que é um dos GEE mais nocivos à atmosfera.
Há alguns anos o IPCC – Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (órgão da ONU que avalia a ciência relacionada às mudanças climáticas (https://www.ipcc.ch/), estabeleceu que o planeta precisa alcançar a neutralidade das emissões de CO2 até o ano 2050, bem como o ano de 2070 como limite para atingir a neutralidade de emissões de todos os gases de efeito estufa. Estes limites levam em consideração o cenário mundial atual de emissões de GEE.
Portanto, independentemente da temática a ser aplicada, isto é, seja através do Net Zero CO₂, ou seja, através da Neutralidade de Carbono (carbono neutro), o objetivo de reduzir ou zerar as emissões de GEE é altamente desafiador e absolutamente necessário para que a população mundial possa prosseguir se desenvolvendo, porém, de forma racional, sustentável e limpa. Do contrário, talvez em poucas décadas o mundo poderá vislumbrar um cenário climático que colocará em risco a continuidade das principais atividades humanas.
Referências:
https://eccaplan.com.br/blog/2021/10/09/neutralizacao-de-carbono-como-compensar-o-impacto-ambiental/
Jaime Scussel
Diretor Executivo