A energia mais barata e sustentável que existe
Qual é a fonte de energia mais barata e sustentável? Atômica? Hidráulica? Eólica? Solar? Bioenergia?
E se eu disser que existe uma “fonte de energia” (entre aspas mesmo) que retorna dois dólares para cada dólar investido! A estimativa é da Agência Internacional de Energia (IEA) e consta no relatório “The Future of Electricity: New Technologies Transforming the Grid Edge”, divulgado pelo Fórum Econômico Mundial.
Estamos falando de investimento em eficiência energética!!
A energia mais barata e sustentável é aquela que não consumimos.
Mas se o conceito é tão simples, até obvio, por que a eficiência energética não faz parte do nosso dia a dia? Seria presunção apresentar uma resposta simples para algo tão abrangente, um ponto relevante é que o termo ‘eficiência energética’ traz uma ideia menos tangível que construir um novo parque solar ou substituir um motor. Além disto, um fator chave é que ‘eficiência energética’ está relacionada a um comportamento, aumentar a eficiência energética é um processo contínuo.
Mesmo com toda dificuldade que uma mudança de cultura impõe, ações globais de eficiência energética implementadas desde 2000 economizaram 13% de energia e 14% de emissões de carbono, não é pouca coisa.
Apesar desse patamar significativo alcançado com a eficiência energética, de acordo com a Agência Internacional de Energia (AIE), projeções futuras revelam que, sob as políticas existentes, a grande maioria do potencial de eficiência energética economicamente viável não será realizada.
Cenário brasileiro
O Brasil tem muito potencial de não só aumentar a oferta de fontes de energia renováveis como em elevar o patamar da eficiência energética.
Discutir o cenário local é levantar a questão do elevado custo de capital. Ações de eficiência energética demandam investimentos iniciais com retorno a médio prazo. Arrisco dizer que todos faríamos investimentos em ações de eficiência energética se houvesse capital disponível a custo adequado.
Existem boas iniciativas governamentais de financiamento como PotencializEE, instituições como BNDES, ANEEL e FINEP, que estão no caminho certo, mas ainda com muito a fazer particularmente no caso das indústrias, como mostra o “Atlas da Eficiência Energética Brasil 2021” da Empresa de Pesquisa Energética (EPE).
Paralelo as iniciativas governamentais, a iniciativa privada encontra solução nos contratos de performance, onde o cliente não faz o investimento inicial e paga o projeto de eficiência energética mediante parte da economia obtida ao longo do tempo. Empresas ESCOs, como a Smart Saving 4.0 realizam este tipo de contrato.
Além de financiamento, uma tributação diferenciada de equipamentos em função da sua classe energética poderia incentivar a adoção e o desenvolvimento de tecnologias em equipamentos “mais verdes”.
Momento ideal
Os elevados custos de insumos energéticos, a pressão da sociedade por soluções mais sustentáveis e a demanda por maior eficiência e competitividade formam cenário que pode e deve incentivar a eficiência energética. Para obtermos isto, o melhor caminho é o da cooperação, trocando conhecimentos, necessidades e oportunidades.
Nos próximos meses traremos conteúdos sobre eficiência energética com o objetivo de fomentar discussões e juntos avançarmos para operações mais sustentáveis.
Quais temas de eficiência energética você gostaria que fossem abordados?
Obrigado.
Comentários (0)